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Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil
Meu blog, minhas palavras, meus pensamentos, minhas ideias, devaneios e verdades. Corrosivo, áspero e chato... mas de boa...

quarta-feira, 21 de março de 2012

Não tomou jeito

Gonçalves sempre venceu.

Em seus encontros com os amigos, seus relatos sempre foram vitoriosos.
Ele jamais apanhou. Ele sempre foi um vencedor. Homem de virtudes insuperáveis.
As mulheres, casadas ou não, querem dar pra ele.
Os homens puxam o saco dele, eles o idolatram...

Pelo menos( na sua cabeça), era assim até ontem...

Gonçalves estava na praça, com seus "amigos", narrando mais uma peripécia:
disse que estava em uma janta, com amigos barra-pesada, bebendo e curtindo, quando foi ver como estavam as coisas na cozinha da casa.
"Ah, a cozinha" disse ele, "enquanto os homens estavam bebendo, elas estavam cozinhando".
Dizia ele que "as mulheres me viram entrando e vieram me agarrar chamando de querido, amado, perfeito"...
Contou também que Anita, mulher de um comerciante, era apaixonada por ele( Gonçalves) e que a toda hora se insinuava, se exibia, mostrava as pernas, a calcinha aparecia...
"Ora, se é assim, vou comer e azar do goleiro!"
E, de acordo com seu relato, foi o que aconteceu, no mesmo dia da tal janta...

Aí vem(ou melhor, aparece) a melhor parte.
Gonçalves terminou seu relato, emocionado, quase aos gritos, enumerando as putarias feitas com Anita, segundo ele, na cama de Nico, o traído.
Nico, segundo Gonçalves, era excelente pessoa, mas era bebum e corno. "Sujeito brabo, mas sem coragem. Chinelão, vendedor de roupas do Paraguai, ex-viciado em cocaína, chinelo e chorão." bradou ainda mais alto um Gonçalves confiante e atrevido, sem olhar prestar atenção ao seu redor...
Sim, pois se ele tivesse olhado para trás, veria Nico, bufando, escutando tudo, punhos cerrados e cara de louco olhando diretamente para Gonçalves que, ao ser avisado por seus "amigos", disse um simples "Bah, Nico, meu irmãozinho, não vá pensar que aaaahhhh..."

Gonçalves desmaia, com um soco direto em seu rosto, sem chance de reação.
Nico, não satisfeito, pára em frente ao corpo desacordado do traíra, abre o zíper e urina em um Gonçalves que começava a querer se acordar, mas, com medo, fingiu não sentir nada.

Nico foi-se, não sem antes deixar avisado que iria repetir o gesto diariamente, "até que a brincadeira perdesse a graça."

Gonçalves, ao ver que Nico havia partido, e provando que não tomou jeito, levantou-se rapidamente, limpou o rosto e disse, em alto e bom som:
"Comi e como de novo! Corno brabo é o melhor corno!"

Correu em seguida, procurando desviar dos tiros certeiros desferidos em sua direção...

6 comentários:

Baratta disse...

Isso é o que eu chamo de uma putaria sangrenta hehe. Belo texto irmão.

Daniel Mello Moreira, muito prazer disse...

Valeus, irmão!!

joaocony disse...

BÁ, TCHÊ MELLO!! BAITA TEXTO! RI HORRORES DO COMEÇO AO FIM! NÃO SABIA QUE ESCREVIAS, IRMÃO! MASSA! SERIA VISITANTE ASSÍDUO A PARTIR DE AGORA! "FANTÁSTICO, MEU IRMÃO!"

Daniel Mello Moreira, muito prazer disse...

Pode crer João!

Muito obrigado pelo comentário e pelo fato de que vais ser assíduo deste humilde espaço para devaneios!
Um abraço, meu irmão!!

"Fantástico!"

Robert Moura disse...

Rapaz, eu achei que a lição no final do estória seria mais suave. Tem que ter muita coragem para matar, ainda que seja só um personagem. Muito bom!

Daniel Mello Moreira, muito prazer disse...

Valeu Robert!!

Acho que é bom fugir da mesmice hehehehe


Abraços e boa semana!!!