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Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil
Meu blog, minhas palavras, meus pensamentos, minhas ideias, devaneios e verdades. Corrosivo, áspero e chato... mas de boa...

quinta-feira, 29 de março de 2012

Para a moça do sorriso lindo

É claro que eu me preocupo contigo, sim.
eu gosto de ti, sim
sou teu fã, sim
e não gosto
nem um pouco
de te ver assim, pra baixo.

É claro que não moro ai do lado
pareço estar longe
mas eu vivo perto de ti
só tu não viu isso
ainda

Todos os dias
me pegunto: "Como tu tá?"
"O que tu fez de bom?"
e fico feliz em ler notícias suas
em te "ver"...

Posso parecer chato,
mas me preocupo sim
por isso eu digo sempre:
"Olhe mais pros lados
pra frente"

"Ande de cabeça erguida."
"SORRIA!!"
" CANTE!"
O mundo é cinza, sim
mas este teu sorriso lindo
tua alegria, teu amor,
colorem até mesmo a noite mais escura...

E Ipanema é aqui ao lado, na real...

domingo, 25 de março de 2012

Tenso, mas normal

Acordei com tesão. Abracei ela por trás, mas não obtive resposta.
Tenso, mas normal.

Ela não esboçava mais reação ao meu toque, ao meu calor...
Ela havia perdido o seu calor, o seu humor.
Teria cansado de mim? Teria perdido o desejo?

Não!
Na noite ela havia sido ELA, a minha mulher
o meu objeto
o meu corpo...

Mas ali, na minha frente
jazia
fria...

Amar um manequim traz problemas
mas não traz chifres...

Minha cidade...

Cidade linda, cidade feia,
cidade limpa, cidade suja
Colorida, monocromática
Musical, barulhenta
silenciosa...

Shhhh
A criança dorme
um sono de amor
de paz
de cores e de amores

Menina de duas torcidas
uns dizem de uma só
Menina de 240 anos
bem vividos, bem curtidos
ruas e pessoas lindas
vozes, sussurros
muros, tintas e luzes

Porto Alegre,
minha casa, minha vida
meu amor

Porto Alegre, porto amado
Cidade Baixa, Menino Deus
Centro, Redenção, Marinha
Parcão...

Sim, tu é demais! Tu é meu amor
é minha cidade, meu pedaço de chão
de céu
Um ovo! Um mundo pequeno
mas é nosso
teu e meu!

Te amamos, Porto mais do que Alegre!

quinta-feira, 22 de março de 2012

Nas pequenas coisas
tu encontras o amor
a paz
alegria e felicidade

Nas pequenas coisas
tu vê o mundo inteiro
num espaço diminuto
mas é TEU espaço

Teu universo
Teu mundo
seja ele cinza
ou colorido

Consciência e razão

Não fique brabo se alguém tenta te diminuir:

ele está apenas tentando te rebaixar ao nível dele...

Seja melhor: ajude-o a se levantar e a crescer.

A consciência e a razão agradecem!

Sou homem

Não sou anjo nem demônio
Sou homem

Sou amigo e inimigo
Não sou certo nem errado
Sou homem

Sou filho, irmão e pai
Sou homem

Homem, não piá

Homem culto
Homem burro
a favor e do contra
Sou homem

Apenas UM homem

Quem é quem

O amor de verdade
chega do nada
quente, forte
doce e picante

se chegar de mansinho
leve, agridoce
singelo
cuidado!

Paixões passam e não acrescentam nada
só tiram( dinheiro, presentes, a paciência)
e se vão...

quarta-feira, 21 de março de 2012

Não tomou jeito

Gonçalves sempre venceu.

Em seus encontros com os amigos, seus relatos sempre foram vitoriosos.
Ele jamais apanhou. Ele sempre foi um vencedor. Homem de virtudes insuperáveis.
As mulheres, casadas ou não, querem dar pra ele.
Os homens puxam o saco dele, eles o idolatram...

Pelo menos( na sua cabeça), era assim até ontem...

Gonçalves estava na praça, com seus "amigos", narrando mais uma peripécia:
disse que estava em uma janta, com amigos barra-pesada, bebendo e curtindo, quando foi ver como estavam as coisas na cozinha da casa.
"Ah, a cozinha" disse ele, "enquanto os homens estavam bebendo, elas estavam cozinhando".
Dizia ele que "as mulheres me viram entrando e vieram me agarrar chamando de querido, amado, perfeito"...
Contou também que Anita, mulher de um comerciante, era apaixonada por ele( Gonçalves) e que a toda hora se insinuava, se exibia, mostrava as pernas, a calcinha aparecia...
"Ora, se é assim, vou comer e azar do goleiro!"
E, de acordo com seu relato, foi o que aconteceu, no mesmo dia da tal janta...

Aí vem(ou melhor, aparece) a melhor parte.
Gonçalves terminou seu relato, emocionado, quase aos gritos, enumerando as putarias feitas com Anita, segundo ele, na cama de Nico, o traído.
Nico, segundo Gonçalves, era excelente pessoa, mas era bebum e corno. "Sujeito brabo, mas sem coragem. Chinelão, vendedor de roupas do Paraguai, ex-viciado em cocaína, chinelo e chorão." bradou ainda mais alto um Gonçalves confiante e atrevido, sem olhar prestar atenção ao seu redor...
Sim, pois se ele tivesse olhado para trás, veria Nico, bufando, escutando tudo, punhos cerrados e cara de louco olhando diretamente para Gonçalves que, ao ser avisado por seus "amigos", disse um simples "Bah, Nico, meu irmãozinho, não vá pensar que aaaahhhh..."

Gonçalves desmaia, com um soco direto em seu rosto, sem chance de reação.
Nico, não satisfeito, pára em frente ao corpo desacordado do traíra, abre o zíper e urina em um Gonçalves que começava a querer se acordar, mas, com medo, fingiu não sentir nada.

Nico foi-se, não sem antes deixar avisado que iria repetir o gesto diariamente, "até que a brincadeira perdesse a graça."

Gonçalves, ao ver que Nico havia partido, e provando que não tomou jeito, levantou-se rapidamente, limpou o rosto e disse, em alto e bom som:
"Comi e como de novo! Corno brabo é o melhor corno!"

Correu em seguida, procurando desviar dos tiros certeiros desferidos em sua direção...

segunda-feira, 12 de março de 2012

Morrissey - There Is A Light That Never Goes Out Live (Jools Holland Sho...





And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
‎...Verão, época do cio e putaria, Outono/Inverno as épocas pra casar, Primavera é a época de se separar pq aí vem o Verão, época do...

sexta-feira, 9 de março de 2012

A inveja nada mais é do que um disfarce bem mal bolado da frustração...


#nãochorapqéverdade

Borges e Meirelles

Borges tinha tanta inveja de Meirelles
mas tanta inveja
que jamais aceitou a inteligência
e a facilidade de Meirelles
em fazer amizades sem interesse econômico ou sexual.

Borges usa a crise alheia para crescer
Meirelles usa sua crise para apender

Borges te olha por baixo e por cima
sinal de falsidade e prepotência
Meirelles olha nos olhos
sinal de educação e sapiência

Meirelles não quer o mal
quer paz
Borges, bem capaz!
Com ele nada pode ser normal...

Com Borges tudo é assim, sem exceção
Com Meirelles há humor e alegria,

Todo dia?
Não
Mas Meirelles não se abala

Borges, enquanto dorme ou não bebe
é o amigo que todos curtem

com moderação...

Leões Banguelas

Sempre tem alguém que gosta de fazer os outros rirem,
mas te fazendo de palhaço,
te usando como válvula de escape.
Sem capacidade e talento
usam a ignorância e a ostentação
para rebaixar-nos ao seu nível
ao seu mundo.

Mal sabem estas pessoas que, na real, eles são os verdadeiros palhaços.
Não se ligam, usam os outros para aparecer...e são palhaços sem graça.
São pessoas com sérios problemas pessoais,
recheados de pobreza espiritual, encostos da penumbra
e com vergonha de si mesmos,
dotados de inveja e rancor
por isso usam os outros para fazer gracejos sem graça.
por isso gozam de quem conhece o amor.

Sim, o medo faz covardes virarem leões...mas leões banguelas.


e leões banguelas morrem de fome...

quarta-feira, 7 de março de 2012

Ressaca

O cara estava olhando o teto.
Dez horas da manhã.
O rádio relógio ligou, com seu alarme de som anasalado e constante.
Acordou e pulou da cama, reclamando do ventilador que estava desligado
e do sol que entrava pela veneziana quebrada.
Ressaca. Forte.
Ele amaldiçoou o inventor da cerveja, mas agradeceu por estar em casa.

Como de costume, procurou o maço de cigarros e seu isqueiro. Achou o cinzeiro cheio de bagas,
nada de cigarros.
Sua parcimônia já conhece a rotina, não há estresse, apenas normalidade
na mão que abre a gaveta, que pega o pacote de Xiru, puxa uma folha
e deixa no travesseiro
enquanto a outra mão está desmanchando as bagas
Sim, a merda bateu à sua porta
Ou não.
Ao olhar para o chão, vê as notas de R$ 100,00 espalhadas, amassadas...uma centena?
Muito mais!
E, após uma reflexão demorada, entre flashbacks e devaneios, ele recorda do bar, da cerveja, o flerte com a mulher casada, a aceitação do marido, um apartamento, a mulher nua, o sexo com ela. O marido, subitamente, vestido de mulher, ao seu lado...um soco, gritos...a arma, tiros, choro compulsivo...

Um sorriso seco, sem emoção, sem medo ou culpa, trazendo apenas uma confirmação, mostrando sua falta de noção e discernimento:
"Minha noite garantiu meu mês!"

terça-feira, 6 de março de 2012

Ramon perdeu seu amor...

Ramon vinha pela rua, voltando de seus serviço, feliz. Havia uma semana que ele aguardava este momento sublime: encontrar Maria Eliza, sua maior paixão que, agora, voltava a ser uma realidade: ela queria um encontro!
Ramon imaginava que ela, Eliza, ainda estava como ele se lembrava: rosto delicado, pele branca, boca carnuda e olhos verdes. Para seus amigos, Ramos era louco, pois mulheres magras sempre o rodearam e o amaram. Mas ele amava Eliza e suas ancas largas...
Ela, bisneta de açorianos, cozinheira de mão cheia, adoradora de pimentas e demais especiarias, Eliza sempre foi boa em tudo o que faz: boa de cozinha, de cama, de garfo, de amores...

Ramon não.

Ramon sempre foi um cara pacato. Bom filho, nada especial, vendedor de sofás e jogador inconformado de futebol( tentou por anos ser jogador do São José, de Porto Alegre, sem sucesso). Ele sempre gostou de passeios, viagens e turismo. Ela, de festas, bailes, bares, cerveja escura e cigarros.
A maior prova de amor que ele deu a ela foi uma tatuagem em seu próprio peito com os dizeres: "Fica comigo? Pra sempre?" e um coração de Cristo, com o R dele e espaço para o E dela... Toda a vez que se viam, ele abria a camisa e mostrava, orgulhoso, a tatuagem para ela que, com desdém( mas com um orgulho gigantesco, quase uma paixão não assumida), sorria...

Pois bem, Ramon vinha descendo a rua, cantarolando Manu Chao( cinco de la mañana/no todo que es oro brilla/ remedio chino es infalible) e com um sorriso bobo, olhava a cidade: cinza, mas com nuances de dourado, graças ao sol do Outono...
Pensava nela, lembrava dela, sonhava com ela.
Eliza, ah, Eliza. Meu amor, minha luz minha flor.

Ela, Eliza, a mulher da vida dele, o esperava no Chalé da Praça XV. Cabelos soltos, negros como a noite, os olhos verdes escondidos pelo óculos de sol grande, sentada e degustando um chopp gelado. Ele vinha descendo a Borges, sem olhar para os lados, sem olhar as moças que caminhavam subindo a via, que o fitavam, encaravam com gana e desejo.
"Não, eu sou de Eliza. Sempre fui dela. Hoje serei eternamente dela." Pensava o homem, com olhar brilhando e compenetrado.
Ele, que não quis o amor de mulheres lindas e magras por amar a gordinha Eliza.
Ele, que ao ir em boates e cabarés, procurava as gordinhas e cheinhas
Ele, que ama Eliza e...

ELA!

Ali estava ela! Ele não a reconhecera, ele não podia acreditar!

ELA! O seu amor, a sua mulher farta...estava magra. Magérrima tal qual uma modelo...
Ela, na sua intenção de agradar, acabou com a alegria de Ramon...
Ele se ajoelhou na entrada do Chalé, colocou as mãos espalmadas no rosto, cobrindo as lágrimas que vertiam tal qual a Cascata do Caracol...
E saiu, sem dar oi ou tchau...indo apenas procurar um estúdio de tatuagem...

Homem comum

Ele se chamava Carlos. Homem sério, filho, irmão, pai, funcionário público viciado em pão de ló e em revistinhas do Tex. Ele, solteiro e pai de 5 filhas patricinhas, não poderia, no alto de seus 1,60m de pura calvície e hérnias, imaginar a idolatria ao contrário que suas atitudes tinham no mundo lá fora... Vendo que as pessoas não davam a mínima para seus hábitos e manias, que sua vida seria mais uma entre as bilhões de outras no mundo, começou a fazer o que sua mãe sempre desejara como futuro para ele: passou a colecionar papéis de carta...