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Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil
Meu blog, minhas palavras, meus pensamentos, minhas ideias, devaneios e verdades. Corrosivo, áspero e chato... mas de boa...

quinta-feira, 12 de abril de 2012

seis meses

Estou aqui, há mais ou menos seis meses
num gostar-não gostar-gostar-não gostar
magoar-não magoar-não se magoar intenso
e lindo!

Sim, pois não é todo dia
que se conhece alguém
constante
a cada instante
idas e vindas, viagens, estadias
noites, dias, um ônibus
o mesmo caminho
eu to aqui, sozinho
mas tô contigo...

Seis meses
mas na minha mente
são seis anos...
apenas

6 comentários:

Baratta disse...

Seis meses que parecem seis anos... o caminho do ônibus, o conhecer de gente constante, a todo instante, tão importante... o relógio anda tão rápido que parecem marcar os meses, tudo tão depressa, com a pressa, da peça regressa ao ponto de partida do ônibus... ônubus que não pára no sinal? Boçal, grita o passageiro que ficou cabreiro na calçada enxarcada com as calças molhadas de um temporal...

Daniel Mello Moreira, muito prazer disse...

Após sair do ônibus, o boçal encarou o temporal, ele saiu apressado...olhos marejados, fome e sede, dinheiro ausente, fome crescente, dor latente...pq? Sei lá, ele passou por mim sem olhar, mas mesmo assim eu vi seus olhos marejados, tristes...e sorri. Sorri ao ver que, mesmo com cara de máquina, ele chora....

Baratta disse...

chora pela dor latente ou pela garota sem dente? Dúvida súbita de alguém que não ouviu o rádio avisar que teria pancadas de chuva ao entardecer. Quis sair mesmo assim, quis sair dali, do consultório do Dr. Pacheco, cirurgião, aquele sujeito altão que na realide tinha um semblante tristão. Ele olha o chão e o que ele encontra?

Daniel Mello Moreira, muito prazer disse...

baganas de cigarro, mas sem fumo...apenas o filtro. ele quer fumar, mas não quer se abaixar. Pq? preguiça. Maldita preguiça, que não lhe deixa ir comer batatas no Alemão Batata, preguiça que não deixa nem sua virilidade aflorar, pois tem preguiça em tirar sua roupa...

Baratta disse...

da última vez que tinha tirado, sentiu um enorme cansaço, Que saco: exclama ele, tô ficando um velho acabado... se lembra da sua juventude de estudante de medicina. Em seu tempo de estudante vivia falando que jamais usaria o estetoscópio no pescoço na rua para não ostentar, pois era um homem simples e assim sempre seria. Hoje Dr. Pacheco porém usa o estetoscópio no pescoço, avental, crachá tudo por preguiça e não por ostentação. Se pudesse trabalharia de chinelo, o que examina não examina com os pés e sim com as mãos, pensa ele. Certo dia ao almoçar em um restaurante, viu que um rosto de alguém na calçada o observava. Mas a quanto tempo estava ali? Segundos? Minutos? Será que observava todos os dias?

Daniel Mello Moreira, muito prazer disse...

Dr. Pacheco estava ali havia muito tempo...mas nem ele sabia...ele acordava, saía, chorava e sorria já no "modo automático". Tédio? Podia ser, ele não fazia nada para mudar a sua rotina.
Ele olha para sua barriga. Enorme. Mal enxerga a ponta dos sapatos, embarrados após mais um dia de chuva na paulicéia desvairada.